Pedro Lemos se destaca em papéis que surpreendem o público
Atores gostam de desafios. Nos últimos dois trabalhos na TV, em produções de sucesso do SBT, Pedro Lemos foi provocado pela autora Íris Abravanel a exercitar sua versatilidade diante das câmeras.
Em Chiquititas (2013-2015), ele interpretou Tobias, e também fingia ser um cantor português, Tomás Ferraz. Essa dupla personalidade divertiu o ator e o público.
No trabalho atual, As Aventuras de Poliana, o artista vive Waldisney. Ao longo da trama, o espertalhão intrometido surpreendeu os telespectadores ao se revelar o grande vilão da novela.
Apesar da pinta de galã, Pedro Lemos sempre buscou papéis que não tivessem relação direta com sua aparência.
Veja a estrevista que o ator Pedro Lemos fez para o site terra.
O Tobias de Chiquititas e o Waldisney de Poliana estão ligados pela ambiguidade: pareciam uma coisa e se revelaram outra. Você sabia dessa mudança na personalidade dos personagens?
Quando fiz o Tobias eu não tinha ideia de que ele teria uma outra face, o Tomás Ferraz. Foi um segredo guardado pela autora. Pegou toda a equipe de surpresa. Durante três semanas, fiz um trabalho de composição do personagem. Deixei a TV sintonizada em canais de Portugal para pegar o sotaque e gravei um amigo português falando. Já com o Waldisney eu sabia desde o começo que ele seria o bandido Rato. Acho que o fato de ter feito dois personagens em Chiquititas ajudou na minha escalação para fazer esse tipo ambíguo em As Aventuras de Poliana.
A comicidade de seus personagens recentes em TV já fazia parte de você ou descobriu com eles essa fonte de humor?
Sempre fui um cara que flertou com o humor, mesmo antes de ser ator. Entre os amigos, eu era o piadista, o imitador. Quando comecei minha carreira juntei meu bom humor natural com o trabalho de interpretação. Esse meu lado cômico ajudou muito. Já fiz personagens sérios, mas minha mãe diz que eu só deveria fazer comédia (risos).
Qual sua técnica para decorar os textos?
Para estudar as cenas, uso um método que aprendi na minha escola de teatro. No texto, localizo o que o personagem faz enquanto fala. Desvendo a ação por trás das palavras, a intenção. Quando você estuda o texto sabendo exatamente o que tem que fazer em cena, as palavras surgem naturalmente na hora da gravação. É uma maneira mais orgânica de incorporar o texto.
Já teve algum esquecimento em cena?
Todo dia acontece um pequeno ‘branco’. No caso da novela, como é um processo dinâmico, com muitas cenas para gravar, há sempre um assistente de direção ali no estúdio, ao nosso lado, com o texto em mãos, para nos ajudar a lembrar de algum detalhe do texto que deixamos passar.
Como é seu contato com o público infanto-juvenil da novela?
Sempre tive ótima relação com criança. Desejei muito ser pai. Hoje, acho que a melhor função que desempenho é justamente ser pai do meu filho. Consigo me transportar facilmente para o universo infantil. Aliás, acho que nunca saí dele. Eu e os atores mirins nos comunicamos bem. Procuro atender todos os fãs nas redes sociais. Sei o quanto é frustrante para uma criança quando ela busca um ídolo e não recebe nenhuma resposta. Passei por isso quando eu era pequeno. Tento evitar que os telespectadores da novela sintam essa frustração.
Novela inesquecível: Vamp. Por tudo: trilha, atores e o momento da minha vida. Tô assistindo novamente no YouTube.
Trabalho especial que fez na TV: Honestamente, todos. Vou citar Chiquititas por ter sido um grande salto na minha carreira. A novela fez meu trabalho ser conhecido pelo grande público.
Atores que são referência a você: Ney Latorraca, Marco Nanini, Osmar Prado e Jim Carrey.
Um personagem dos sonhos: Acho que é sempre o do momento. Esse mergulho para compor o personagem faz com que eu realmente me interesse por esse universo, por mais diferente de mim que seja.
Um autor de novela com quem gostaria de trabalhar: Até hoje trabalhei com o Tiago Santiago, em Amor & Revolução, e a Íris Abravanel, em Chiquititas e Poliana. Então quero trabalhar com todos os outros.
A grande recompensa de ser ator: Poder fazer do meu trabalho, que ocupa no mínimo dois terços do meu tempo, uma atividade que é pesquisar minha própria vida ao interpretar personagens diferentes de mim.
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